O velho e o mar (1999) - parte 2

Aleksandr Petrov (1957...)

«Se há uma história, é a do homem no seu contraponto com a natureza», dizia Robert Flaherty. E Jorge de Sena escreveu, a propósito de O velho e o mar , no Prefácio da tradução que fez da obra de Hemingway: «Poucas vezes, no nosso tempo, terá sido concebida e realizada uma obra tão pura, em que a natureza e a humanidade sejam, frente a frente, tão verdade.»

Quanto a mim, revendo agora este pequeno filme, não posso deixar de recordar vividamente aquela manhã numa das salas de espera do Hospital de Coimbra: enquanto lia O velho e o mar, a minha avó paterna, ali ao lado, esperava a vez para mais uma sessão de quimioterapia que a haveria de levar à morte em breve.

Seja Nanook, seja Santiago, seja a avó Teresa, as forças naturais levam a melhor. Mas nada pode negar esta verdade de termos sido vivos diante de algo tão poderoso - nem a morte.